SUS fornecerá medicamento contra
câncer de mama
O Ministério da Saúde vai incorporar o medicamento
Trastuzumabe (Herceptin), uma das principais armas no combate ao câncer de
mama, na lista de remédios distribuídos gratuitamente pelo SUS. A inclusão será
publicada nesta semana no Diário Oficial da União.
O câncer de mama é o
segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres. Estima-se que
entre 20% e 25% das pacientes diagnosticadas com câncer de mama têm indicação
para receber essa medicação - que tem como alvo a mutação genética que leva ao
HER-2 positivo, um dos tipos mais agressivos de tumor.
O Trastuzumabe é
considerado uma das drogas mais avançadas na terapia contra o câncer de mama
porque é um anticorpo monoclonal que promove uma “terapia-alvo”, já que ele tem
a capacidade de atingir exclusivamente as células doentes, preservando as
sadias. O medicamento é fabricado pela Roche.
“Esse é um grande
avanço para as mulheres que dependem do SUS. É uma medicação essencial para as
pacientes que são positivo para o HER-2 porque ela consegue controlar o avanço
da doença e evitar metástases”, diz o mastologista Waldemir Rezende.
A droga será
oferecida no SUS por decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia
(Conitec), criada dentro do ministério por força de lei. Segundo o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, a comissão analisou o custo-efetividade da droga por
mais de um ano, colocou o assunto em consultas públicas e não levou em
consideração a pressão das demandas judiciais.
A droga é
administrada na veia e é de uso hospitalar. Por ser um medicamento de alto
custo - cada frasco custa, em média, R$ 7 mil -, ela estava restrita a mulheres
que conseguiam o direito de recebê-la do governo por meio de ações judiciais.
O Trastuzumabe é o
sétimo medicamento mais demandado judicialmente ao Ministério da Saúde, que em
2011 gastou R$ 266 milhões na compra de remédios determinados por decisões
judiciais - sendo R$ 4,9 milhões para atender a 61 ordens de compra do
Trastuzumabe.
Neste ano, o governo
federal já recebeu 98 determinações judiciais para compra do medicamento e
gastou R$ 12,6 milhões. Só uma compra para atender uma ação civil pública
movida pelo Estado de Santa Catarina, por exemplo, consumiu R$ 9,8 milhões dos
cofres públicos.
Segundo o ministro, a
incorporação da droga no SUS exige que o preço praticado pela indústria seja
compatível com o que ela aplica no mercado internacional. O governo estima
gastar até R$ 150 milhões por ano para fornecer a medicação. Por se tratar de
uma compra em massa, há uma negociação com o laboratório fabricante e o preço
pode ser reduzido em até 50%. A partir da publicação no Diário Oficial, a
oferta na rede ocorrerá em, no máximo, 180 dias. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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