Altos preços fazem Brasileiros comprarem menos na
Argentina
A entrada de brasileiros,
que vinha crescendo nos últimos anos, está caindo. A alta do dólar pode ser um
dos motivos. E a inflação - que o governo não admite - passa dos 25% ao ano.
Na Argentina, as malas estão mais vazias.
Pelo menos, as malas dos brasileiros. Culpa da inflação.
A Calle Florida, no centro de Buenos
Aires, é um termômetro da presença de brasileiros na cidade. E eles
ainda são maioria entre os turistas que circulam pelo local. Mas, embora
passeiem pelo comércio, já não compram como antes.
“Vale pelo passeio, para conhecer, mas para fazer compras não vi
grandes vantagens”, conta um homem.
“Relógio, que eu achei que ia ser bem mais barato, não foi. Lá
em São Paulo é mais barato”, diz uma mulher.
“Falaram-me que aqui era a terra do couro, mas não achei
vantagem nenhuma, está mais caro que no Brasil”, afirma outra mulher.
Vender shows de tango também não é mais uma tarefa fácil, nem
para a baiana. A maior clientela sempre foi de brasileiros. “Tem diminuído
bastante as vendas, inclusive por isso estou voltando para o Brasil, porque a
economia aqui na Argentina caiu muito”, conta.
O argentino que pesca turistas para a perfumaria está
preocupado: está diminuindo a presença de brasileiros. Justamente eles que
gostam de comprar.
O que nas ruas já é sintomático, se confirma em números. A
entrada de brasileiros na Argentina, que vinha crescendo nos últimos anos,
agora, está caindo. Em abril, por exemplo, a redução chegou a quase 5%,
comparada com o mesmo período do ano passado.
A alta do dólar pode ser um dos motivos. A ocupação dos hotéis
está em torno de 40%, contra os 60% de média costumeira até o ano passado. Nas
casas de tango, a lotação caiu pela metade.
A inflação - que o governo não admite - passa dos 25% ao ano. As
lojas oferecem descontos, liquidações, mas o cenário é desanimador. Para
reconquistar os visitantes, o governo local estuda medidas, como a
implementação do dólar turista, com uma cotação mais favorável.
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