Sobe para 150 o número de mortos por enchentes na Rússia
Moscou,
8 jul (EFE).- Os serviços de resgate localizaram até agora 150 corpos no sul da
Rússia, no litoral do Mar Negro, em decorrência de inundações sem precedentes
causadas por fortes chuvas que arrasaram milhares de casas na região de
Krasnodar neste sábado, informaram as autoridades do país.
Milhares de casas foram destruídas e a maioria das mortes foi
registrada em Krymsk, onde as equipes de socorro resgataram 139 corpos,
informou à Agência Efe o Ministério de Situações de Emergências de Krasnodar.
A tragédia afeta três municípios da comarca de Kuban. Nos
hospitais da região, foram atendidas pelo menos 360 pessoas, das quais 97 foram
internadas.
Outras 11 pessoas morreram em Novorossiysk, cidade portuária no Mar
Negro. Duas pessoas se afogaram, enquanto as outras nove vítimas morreram no
distrito balneário de Gelendzhik - cinco delas foram eletrocutadas devido à
queda de um cabo de energia sobre a rua por onde transitavam quando chovia.
O Comitê de Instrução (CI) russo anunciou à imprensa que abriu
neste domingo uma investigação penal sobre 'morte causada a duas ou mais
pessoas por distração'.
'Oitenta investigadores inspecionam o local da catástrofe para
estabelecer os danos ocasionados a 4,5 mil prédios no município de Krymsk',
informou um porta-voz do CI.
O presidente russo, Vladimir Putin, que chegou neste sábado à
região do acidente, orientou as autoridades municipais e regionais a cooperarem
com os investigadores para esclarecer as circunstâncias que causaram a morte de
tantas pessoas.
O líder russo se perguntou se as autoridades competentes fizeram
tudo que era possível para alertar a população sobre os riscos que a área
corria.
'A investigação penal estudará do ponto de vista jurídico as
atuações dos órgãos aos quais compete a prevenção de emergências e sua
preparação para eliminar os danos de uma catástrofe meteorológica', assinala o
site oficial do CI.
Milhares de pessoas perderam tudo em algumas horas e o balneário
de Gelendzhik sofreu as maiores enchentes de sua história. O Ministério de
Emergências indicou que 'mais de 5,2 mil casas de Krymsk e Gelendzhik habitadas
por 26.475 pessoas, entre elas 6.330 crianças', ficaram embaixo da água.
Algumas famílias foram realojadas em acampamentos instalados
pelo governo regional de Krasnodar, enquanto mais de 2,8 mil pessoas foram
evacuadas da região. Segundo um comunicado do Ministério emitido neste domingo,
'mais de 12,7 mil pessoas sofreram as consequências' da tragédia.
O governador de Krasnodar declarou dia de luto regional para
esta segunda-feira, 9 de julho, e lembrou que nem a tragédia de 2002, na qual
morreram 62 pessoas, pode ser comparada à catástrofe natural que atingiu Kuban.
Há dez anos, em junho de 2002, inundações históricas tiraram
dezenas de vidas na cidade de Krymsk, o que foi recordado neste domingo por
partidos da oposição para pedir responsabilidades às autoridades da região.
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