Seca obriga trabalhadores do CE a buscar trabalho no Sudeste
Seca que castiga o
Nordeste obriga agricultores a abandonar as famílias.
Eles seguem para buscar renda no Sul e no Sudeste.
Eles seguem para buscar renda no Sul e no Sudeste.
Em
Canindé, a plantação de milho morreu antes de começar a produzir. Sem chuva, a
perda na safra da cultura no estado chega a 70%, segundo a Secretaria de
Desenvolvimento Agrário.
Nas casas, estão apenas as crianças e as mulheres. Os homens
estão longe, foram tentar a sorte em terras mais férteis.
A proposta de trabalho nas lavouras de cana de São Paulo ou nos
cafezais de Minas Gerais seduz os trabalhadores. Em casa, eles não poderiam
fazer nada com a terra seca. Por lá, eles conseguem mandar algum dinheiro para
a família.
É o êxodo que acontece a partir de maio, quando a quadra chuvosa
chega ao fim. Somente na pequena comunidade de Mato Grosso, em Itatira, quatro ônibus lotados
seguiram para o oeste paulista, maior região produtora de cana-de-açúcar do
país.
Ivanilda Pereira está acostumada com a vida de solidão. Em 10
anos de casamento, é a sexta vez que o marido vai para os canaviais paulistas e
ela fica com os dois filhos. A expectativa é que ele volte em novembro, quando
termina o contrato de trabalho.
Nilmara Pereira é irmã mais nova de Ivanilda. Para ela, que tem
uma filha de apenas 10 meses, a falta do marido é grande. Ele partiu para São
Paulo há um mês e já mandou R$ 300, dinheiro que ela sabe o quanto foi difícil
conseguir.
Enquanto as mulheres esperam, os homens que ficaram mantém a fé
no sertão. Desde criança, José Ferreira, de 66 anos, convive com a seca. O
pouco que colheu este ano vai guardar para plantar no ano que vem. “Este ano foi
fraco, os bichos aqui estão passando fome”, conta.
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