Médico que
investiga morte de Arafat diz que líder morreu por envenenamento
Jerusalém, 12 jul (EFE).- O histórico líder
palestino Yasser Arafat morreu envenenado por uma substância tóxica
desconhecida, disse nesta quinta-feira o diretor do comitê médico que investiga
as causas de seu falecimento, Abdullah Al Bashir.
O médico, no entanto, não apresentou provas
que confirmem sua constatação. Segundo Bashir, os relatórios médicos divulgados
até então não revelam o motivo da morte. O jordaniano afirmou também que sem
exumar o cadáver é quase impossível confirmar o envenenamento pela substância
radioativa letal polônio 210, como sugere uma recente investigação promovida
pela rede de televisão "Al Jazeera".
"O relatório francês dizia que os especialistas
não foram capazes de encontrar uma razão ou doença conhecida que possa explicar
as causas da morte", disse Bashir.
O diretor afirmou, além disso, que os médicos
do hospital de Bercy (nas proximidades de Paris), onde Arafat morreu em 2004,
rejeitaram fornecer mais informações sobre o caso, de acordo com pedido feito
pelo comitê médico criado por causa dos recentes fatos revelados pela "Al
Jazeera", informou a agência de notícias palestina "Maan".
O médico jordaniano, que apareceu na mídia ao
lado de vários dirigentes palestinos, mostrou-se partidário da realização de
uma investigação para esclarecer a morte de Arafat, que contará com a
participação de uma equipe suíça quando a exumação do corpo for autorizada. A
iniciativa é apoiada pela viúva do histórico líder, Suha Arafat.
O porta-voz presidencial palestino, Nabil Abu
Rudeina, afirmou em entrevista coletiva que "não haverá obstáculos"
na "busca pela verdade" sobre a morte de Arafat, cujos restos estão
em Muqata de Ramala, sede do Governo da ANP (Autoridade Nacional Palestina).
Na terça-feira passada, uma fonte oficial
palestina afirmou, sob condição de anonimato, que vários países, entre eles
Estados Unidos e França, pressionavam a ANP para não investigar a morte do
dirigente palestino.
Bashir permanecerá três dias em Ramala, onde
se reunirá com líderes palestinos e examinará as informações sobre o caso.
Durante a investigação da "Al
Jazeera", o Instituto de Radiação Física de Lausanne (Suíça) encontrou
polônio 210 em alguns objetos pessoais de Arafat, como roupas, escova de dentes
e sua emblemática "kufiya" (lenço palestino).
Israel, por sua vez, disse que as alegações
de morte por envenenamento são "ridículas".
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