Boeing fecha
salão aeronáutico com grande encomenda
FARNBOROUGH, Inglaterra, 12 Jul (Reuters) - A
Boeing encerrou um pouco movimentado salão aeronáutico de Farnborough com um
pedido firme de 9 bilhões de dólares da United Airlines por 100 aviões 737 Max,
com a forte demanda pelo renovado jato ajudando a fabricante norte-americana a
retomar market share de sua rival europeia Airbus.
Além dos 100 jatos 737 Max, a United
encomendou 50 unidades do 737-900ER da Boeing. No total, o pedido chega a 14,7
bilhões de dólares, considerando preços de tabela.
A feira aérea --que compartilha com a Paris
Air Show o status de evento mais importante da indústria aeroespacial no
mundo--foi uma oportunidade para a Boeing divulgar pedidos de seu 737 Max, que
promete economia de combustível em relação ao 737 atual e é uma resposta ao
A320neo da Airbus, que roubou a cena no evento em Le Bourget, na França, no ano
passado.
Ainda com carteiras de pedidos
("backlog") vultosas e com economias fracas em todo o globo, o foco
do salão de Farnborough deste ano foi sobre como Boeing e Airbus cumprirão as
entregas prometidas de aeronaves para os próximos anos.
Incluindo o acordo com a United Airlines, a
Boeing encaminhou cerca de 30 bilhões de dólares em pedidos e compromissos de
compra durante a feira, enquanto a Airbus garantiu cerca de 17 bilhões de
dólares em novos negócios.
O anúncio da Boeing com a United envolvendo o
modelo 737 Max, primeiramente reportado pela Reuters em maio, foi feito no fim
da tarde de quinta-feira, pelo horário de Londres.
Na quarta-feira, a Boeing tinha revelado uma
encomenda da Avolon, ampliando para cerca de 200 unidades o número de pedidos
firmes ou preliminares para o 737 Max destinados a empresas de leasing durante
a feira.
O salão aeronáutico foi relativamente fraco
em termos de novos negócios, com a maioria dos anúncios referentes a
compromissos de compra de jatos no futuro. As encomendas por companhias aéreas
têm desacelerado, com empresas de leasing de aeronaves, como CIT e Air Leasing
Corp, assinando alguns dos maiores acordos.
Para o analista aeroespacial Nick Cunningham,
da britânica Agency Partners, o foco de investidores será na habilidade das
maiores fabricantes de aviões de entregar as vendas fechadas nos últimos anos,
puxadas por mercados emergentes.
Embora a maior parte da publicidade seja
sobre os remodelados A320neo e 737 Max, Boeing e Airbus precisam vender os
aviões atuais de seus portfólios para garantir uma transição suave na linha de
produção.
A Airbus confirmou sua meta de vender 300
aviões do clássico A320 este ano e o responsável pelas vendas da fabricante,
John Leahy, disse que a empresa está a caminho de conseguir isso.
O salão aeronáutico também levantou
preocupações de atrasos adicionais no programa A350 da Airbus, depois que a
companhia admitiu estar encontrando problemas na produção, especialmente nas
asas.
"Ainda que a EADS (controladora da
Airbus) não esteja mudando suas estimativas para o A350 neste momento,
acreditamos que investidores estão sensíveis a qualquer desenvolvimento
negativo do programa, tendo visto problemas similares com o Boeing 787 e com o
A380", disse o analista Robert Stallard, da RBC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário