Suplente de Demóstenes
assume mandato de surpresa e às pressas
O agora senador Wilder Morais não avisou nem os
colegas de partido e, depois da posse, retomou as férias.
O
Senado inaugurou nesta sexta-feira (13) a posse-relâmpago. O suplente de
Demóstenes Torres assumiu o
mandato de surpresa. O agora senador Wilder Morais não avisou nem os colegas de
partido, e, depois da posse, retomou as férias.
Wilder Morais (DEM-GO) queria uma posse discreta. Poucos
senadores ficaram sabendo da cerimônia, que começou a ser combinada um dia
antes.
“Na véspera, eu recebi um telefonema do senador Ciro Nogueira
perguntando se eu estaria em Brasília, se eu estaria na sessão, porque para a
posse de um suplente, em qualquer circunstância, é preciso que haja um quorum
mínimo de quatro senadores. Deu quorum e houve a posse dele”, disse a senadora
Ana Amélia (PP-RS).
No plenário, Wilder Morais fez o juramento: “Prometo guardar a
constituição federal e as leis do país.”
Em menos de três minutos ele se tornou senador da República.
“Foi relâmpago, realmente. O tradicional, vamos dizer assim, é haver mais
pompa”, comentou o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
Nenhum integrante do partido dele, o Democratas, estava no
plenário. O presidente da legenda, senador Agripino Maia, só foi avisado por
telefone minutos depois. Foi o próprio Wilder quem ligou para comunicar a posse
e informar ao partido que vai responder todas as denúncias que envolvem o nome
dele.
Wilder Morais foi flagrado em gravações com o bicheiro Carlinho Cachoeira. No diálogo, o
contraventor afirma que foi o responsável pela ascensão política de Wilder.
Cachoeira: Fui eu que te pus na suplência, essa secretaria, fui
eu. Você sabe muito bem disso.
Wilder: Carlinhos, deixa eu te falar um negócio ‘procê’. Pensa
um cara que nunca teria, enfim, encontrado um governo, que nunca teria sido
(...) nenhuma, cara. Você tá falando com esse cara.
Em uma rede social, Wilder Morais afirmou que o diálogo é
fragmento de uma conversa sobre uma questão pessoal: a separação dele de
Andressa Mendonça, atual mulher de Carlinhos Cachoeira. Segundo Wilder, quando
ele disse que devia tudo ao bicheiro, a intenção não era agradecer, mas
encerrar o diálogo constrangedor.
Na CPI do Cachoeira já há um requerimento aprovado para ouvir
Wilder Morais.
“Eu espero e confio é que ele tenha argumentos convincentes para
responder às indagações que seguramente serão feitas a ele”, afirmou o senador
José Agripino (DEM-RN), presidente do partido.
Wilder Morais só vai começar a trabalhar depois das férias. O
gabinete, o mesmo que foi ocupado por Demóstenes Torres, já está à espera dele.
A corregedoria do Ministério Público de Goiás abriu processo
disciplinar para investigar se o ex-senador Demóstenes Torres cometeu infração
funcional nas ligações dele com Cachoeira. Demóstenes é procurador do estado e
reassumiu o cargo depois de ter o mandato cassado no Senado. Ele não foi encontrado
para falar sobre o processo.
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