Cientistas identificam dois genes que aumentam a
dependência do cigarro
A pesquisa, feita no Rio Grande do Sul, encontrou os genes
que podem aumentar em até 50% a chance de dependência do cigarro. Isso ajuda a
desenvolver medicamentos mais eficientes para quem quer se livrar do vício.
A
nicotina libera uma série de substâncias no cérebro, chamadas de
neurotransmissores, que dão sensações como euforia e relaxamento. “A nicotina,
depois de inalada, começa já a trazer esses resultados em cerca de sete
segundos. Para ter uma ideia, a medicação psiquiátrica que pretende chegar
nesses mesmos neurotransmissores leva entre quatro e seis horas para começar a
funcionar. Por isso, as pessoas se tornam dependentes", explica José
Miguel Chatkin, professor da Faculdade de Medicina da PUC/RS.
A decisão de começar a fumar depende de vários fatores, como a
influência da família e dos amigos, mas a genética tem um peso importante.
Estudos mundiais mostraram que em até 80% dos casos é ela que determina se
alguém vai ser fumante.
Uma pesquisa da PUC do Rio Grande do Sul analisou pela primeira vez no Brasil os genes que contribuem para a vontade de fumar. Foram estudadas amostras de sangue de 51 voluntários. Apareceram dois genes com mutações que aumentam em quase 50% a chance de dependência.
Uma pesquisa da PUC do Rio Grande do Sul analisou pela primeira vez no Brasil os genes que contribuem para a vontade de fumar. Foram estudadas amostras de sangue de 51 voluntários. Apareceram dois genes com mutações que aumentam em quase 50% a chance de dependência.
Eles liberam duas substâncias no cérebro. A dopamina, já
conhecida pelos efeitos de bem estar, e o glutamato, menos pesquisado até
agora, e que age no funcionamento da memória.
Com esta descoberta, a expectativa dos pesquisadores é que sejam
desenvolvidos medicamentos mais específicos para cada tipo de dependente à
nicotina. Hoje, os remédios não fazem essa diferença e por isso podem não ser
tão eficientes no tratamento de quem quer abandonar o vício.
“De acordo com a característica genética de uma determinada,
pessoa a gente vai saber qual a melhor medicação. Isso ainda está em uma fase
muito inicial, mas eu acredito que em alguns anos a gente já vai ter essa
resposta", acredita o médico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário